“Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens”, Mt 5.13.
Creio que poucos conhecem o real valor do sal o que acaba por tirar a importância da parábola estabelecida por Jesus, quando Ele compara o crente como tal.
Ao estabelecer esta parábola, o Senhor não só indicou o valor estabelecido por sua presença, por meio da ação da Palavra, explícita no poder do Espírito Santo em cada crente, mas quis ensinar que a Igreja, como Corpo de Cristo é, acima de tudo, dinâmica e ativa, jamais passiva. O sal tem propriedades que o faz um elemento acionador, isto é, põe em ação, em movimento, faz funcionar.
Como elemento estimulador onde o sal é introduzido causa mudança, transformações e não deixa nada a permanecer inerte. O sal impõe mudanças. O próprio Senhor deu mostras dessa ação. Ele revolucionou o mundo e impôs transformações que até hoje norteiam a vida humana.
Historicamente temos exemplos clássicos de ajustamentos sociais, a partir de valores impostos pelo cristianismo. O valor do trabalho, do respectivo salário e reconhecimento, como galardão, é algo que provém da Bíblia, assim como a valorização da mulher, primor pela saúde, inúmeras leis, direitos e deveres, o descanso semanal – o domingo –, Dia do Senhor (daí o nome Domingos, kuriakos, no grego).
Embora a sociedade pós-moderna esteja notadamente corrompida é atribuição de a Igreja é investir-se da autoridade expressa nos valores expressos no sal e salgá-la com o objetivo de livrá-la do apodrecimento.
Importância e valor do sal
Quando o Senhor lançou para a comparação entre o crente e o sal, a importância desse produto, no contexto daquela época, extrapolava muitíssimo a idéia de valores que temos hoje do sal. Era um produto muito mais imprescindível à sobrevivência humana que hoje, e essencial a todos os tipos de vida animal.
Formado por minúsculos cristais, portanto transparente e incolor quando puro, pode apresentar colorações de tons cinza, amarela e vermelha, quando impuro.
Se por um lado o produto se dissolve com facilidade na água, o sal de cozinha é composto por elementos – além de mais de 99% de cloreto de potássio –, responsáveis pela diminuição da umidade, que o torna imprestável, e o empedramento.
Além do uso para salgar alimentos para não permitir que estraguem, difundida no Egito já há cerca de 4.000 anos aC, o sal era usado pelos gregos e romanos como moeda em suas operações de compra e venda. A palavra latina salário deriva-se de sal, pois parte dos vencimentos de legiões romanas era paga com sal. Depois foi incorporada ao soldo.
Ainda hoje um dos principais acessos a Roma, então capital do império chama-se Via Salaria, por onde caravanas transportavam a riqueza para os romanos.
Referência de nobreza
Na Idade Média, o sal era transportado por estradas construídas especialmente para esse fim. Na mesma época, os europeus fizeram fortunas com o sal como tempero.
A até o século 18, a ordem de assento de nobres em uma mesa de banquete era indicada pelo posição de um saleiro de prata maciça colocado na mesa. Os menos ilustres ficavam abaixo do sal, mais distantes do anfitrião.
Produto medicinal e matéria-prima
Mesmo no final do século 19 e começo do século 20 o sal, além de ser usado como condimento e produto medicinal passou a ser uma das matérias-primas essenciais para a indústria química e têxtil.
Produtos a partir do sal
Do total de sal extraído no mundo, somente cerca de 5% é destinado ao consumo humano. A maior parte de Cloreto de sódio é industrializado para produzir cloro gasoso, soda cáustica, sódio, barrilhas, ácido clorídrico, hipoclorito de sódio, carbonato de sódio, vidro, cerâmica, alumínio, plásticos, borracha, hidrogênio, tecidos, cosméticos, sabão, detergentes, tinturas, remédios celulose, indústria da alimentação, pecuária, e centenas de produtos das indústrias químicas, metalúrgicas e de alimentos.
Uso medicinal
Na área medicinal o sal pode ser usado para amenizar dores, estimular a circulação, aumentar a pressão arterial, combater inflamações. O gargarejo de sal com água morna é usado para amenizar inflamação na garganta e gengivas. O sal reduz também inchaços.
Efeitos diretos ao ser humano
O sódio e o cloro no sal são eletrólitos, minerais que conduzem eletricidade em nossos fluidos e tecidos. Os outros eletrólitos principais são o potássio, o cálcio e o magnésio. Nossos rins controlam a quantidade de eletrólitos e água, regulando os fluidos que ingerimos e expelimos de nossos corpos. Se essa quantidade estiver alterada, nossos músculos, nervos e órgãos não irão funcionar corretamente porque as células não conseguem gerar contrações musculares e impulsos nervosos.
O sal é responsável pela troca de água das células com o seu meio externo, ajudando-as a absorver nutrientes e eliminar resíduos; é responsável no processo de contração muscular; e ainda o homem precisa de sal para o crescimento e o equilíbrio de eletrólitos.
O sal também funciona como elemento que requer equilíbrio em sua ingestão. A baixa quantidade de sal é chamada de hiponatremia, um dos distúrbios de eletrólitos mais comuns, e pode causar inchaço cerebral e morte.
Quando há muita quantidade de sódio no corpo, a hipernatremia e os rins não conseguem eliminar o volume de sangue pode aumentar (porque o sódio retém água), o que por sua vez pode fazer o coração bater mais forte. Por causa disso, alguns médicos tratam a síndrome da fadiga crônica por meio do aumento da ingestão de sódio.
O valor do sal é tão concentrado que basta a ingestão diária de uma colher de chá, ou seja, 2,4g de sódio. Alguns estudos indicam quantidade ainda menor.
A presença do sódio preserva o alimento por remover umidade e afastar bactérias. Mas o emprego do sal vai ainda muito além. Além de remédio para eliminar infecções, preservar alimentos, suavizar a dor, pode também ser usado para a limpeza doméstica e desodorização de ambientes. Além disso, o sal é usado para derreter gelo, por meio da diminuição do ponto de congelamento.
Até mesmo no âmbito dos modismos religiosos pós-modernos – sobre os quais pretendemos comentar nesta série – se inclui o sal. É usado pelo xintoísmo para purificar coisas, enquanto budistas o usam para afastar o mal (Parte do Curso O MINISTRO E SEUS RELACIONAMENTOS, Parte 3, revista Manual do Obreiro,/CPAD).
Fonte: Fronteira Final
Publicado por Pastor Claybom, pai apaixonado, nerd como marca de nascimento, geek por paixão, adorador por excelência. Enfim, um servo de Deus que tenta entender tudo o que Ele nos oferece no dia a dia.
Acho muito interessante como podemos usar coisas simples do dia-a-dia para exemplicar o que muitas vezes lemos mas não entendemos!
Muito legal esse texto.
O sal é muito mais do que apenas para dar sabor aos alimentos.
Por isso somos o sal da terra.
Ser o sal da terra naõ é só ser diferente é fazer a diferença para si,e para os outros. Agora a diferença só,naõ é diferença é farizaismo