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O Significado da Mordomia Cristã

Saber usar posses é dádiva de Deus“Respondeu o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, que o Senhor porá sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens. Mas, se aquele servo disser em teu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor desse servo num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe, e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os infiéis. O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites;  mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá”.

Lucas 12:42-48

Mordomia é um assunto importante e proeminente em toda a Bíblia. Seus elementos básicos estão evidentes na parábola de Jesus sobre os mordomos fiéis e infiéis (Lucas 12:42-48).  Mordomia é para a mensagem bíblica o que o fermento é para, o pão. Ela produz ação e crescimento.

Mordomia envolve um relacionamento servo/senhor. Neste relacionamento, aos mordomos (servos) é dada a responsabilidade de cuidar outras pessoas e dos bens do dono (senhor). Os mordomos são responsáveis pela sua conduta pessoal perante o seu senhor em cada aspecto do seu relacionamento.

I. NÓS SOMOS MORDOMOS DA VIDA

Os mordomos são responsáveis pela maneira como se conduzem em relação às coisas e às pessoas. Em Lucas 12:45- 46 o mordomo que abusa da alimentação e da bebida e de sua autoridade sobre outras pessoas é punido pelo seu senhor. Semelhantemente, em Tito 1 :7-9, o líder da igreja, como o “mordomo de Deus,” não deve ser soberbo, irascível, dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância.

A vida toda é dada ao povo por Deus em confiança. Como mordomos, todas as pessoas são responsáveis diante de Deus pela maneira que vivem suas vidas.

Como usamos o nosso tempo ou dele abusamos, como usamos nossas influências, nossas habilidades, nossas vantagens ou nossa autoridade, tudo isso tem a ver com a mordomia.

II. NÓS SOMOS MORDOMOS UNS DOS OUTROS

Em Lucas 12:42 e seguintes, vemos que o mordomo deve supervisionar e cuidar dos outros. Ele deve usar os bens do seu senhor para atender às necessidades dos membros da casa do seu senhor. Isto implica em que, sob o soberano senhorio de Deus, nós devemos usar as coisas de Deus para atender às necessidades dos servos de Deus. O mandamento específico, “dar a tempo a ração”, sugere que as necessidades físicas básicas dos servos do Senhor interessem ao Senhor. Semelhantemente, nós devemos atender às necessidades dos pobres, dos famintos e doentes deste mundo.

Gálatas 4: 1- 2 nos apresenta um retrato dos fariseus que Deus, através de Jesus Cristo, tem redimido da escravidão do legalismo e tem adotado como filhos. Paulo nos mostra o papel do mordomo como tutor de crianças. Aqui o mordomo tem a responsabilidade de criar a criança e administrar os seus bens até que ela alcance a maioridade.

Ser protetor dos filhos de Deus é uma grande tarefa da mordomia do crente e da igreja. Sob a soberania de Deus, dentro da comunhão da igreja, nós somos responsáveis diante de cada outra pessoa. Somos responsáveis por estimular uns aos outros “ao amor e às boas obras” (Heb. 10:24).

Somos responsáveis por desafiar os crentes para crescerem espiritualmente (Ef. 4:11-16). Os crentes devem crescer no espírito e os líderes da igreja devem ajudá-los nesse propósito. Encorajar o crescimento espiritual, incluindo educação em mordomia cristã, é responsabilidade de cada igreja.

III. NÓS SOMOS MORDOMOS DO EVANGELHO

Na maioria das vezes, Paulo usava as palavras mordomo (oikonomos) e mordomia (oikonomia) em relação ao Evangelho. Ele escreveu, por exemplo: “que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel” (I Cor. 4:1, 2). Mantendo o sentido básico de mordomo como administrador e despenseiro dos bens uns dos outros, Paulo está dizendo que ele e os outros ministros são administradores e proclamadores da mensagem dos atos redentores de Deus, que Deus mesmo lhes havia confiado.

Assim, como mordomos de Deus, nós devemos ser administradores responsáveis, proclamadores fiéis e testemunhas conscientes da verdade que Ele a nós tem confiado.

Paulo usa o termo oikonomia (mordomia) três vezes para indicar seu comissionamento como proclamador do Evangelho. Em I Cor. 9:17, referendo-se à sua responsabilidade em pregar o Evangelho, ele escreveu: “estou apenas incumbido de uma mordomia”. Assim, ele foi escolhido para a tarefa que lhe foi confiada, de pregar a mensagem. Nos versículos anteriores, Paulo defende o direito dos ministros, de serem sustentados por aqueles que se beneficiaram do seu ministério. Mas, recebendo ou não o seu sustento, ele deve pregar o Evangelho como mordomo de Deus.

A responsabilidade em pregar o Evangelho é dada por Deus e o mordomo é responsável diante de Deus em cumpri-la.

Em Efésios 3:2 e Colosênsses 1 :25, Paulo escreve palavras semelhantes. Fazendo o Evangelho conhecido dos gentios para que eles pudessem tornar-se “co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo” (Ef. 3:6) era a responsabilidade dada a ele como mordomo. Esta mordomia do Evangelho era, ao mesmo tempo, um dom da graça de Deus e uma obrigação que ele não buscara, mas que lhe fora imposta.

IV. NÓS SOMOS MORDOMOS DOS DONS ESPIRITUAIS

Pedro usava oikonomos, aplicando esse termo a todos os crentes como “fiéis despenseiros dos variadíssimos gêneros da graça de Deus” (Phillips), ou “bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (I Ped. 4:10). A passagem aparentemente se refere aos dons espirituais. A linguagem aqui é semelhante àquela usada em Romanos 12:6-8; I Cor. 12 e 14; e Efésios 4:7- 16, onde Paulo fala dos dons espirituais. Não existe, portanto, dicotomia (diferença) entre o espiritual e o material.

Coisas materiais são usadas no exercício dos dons espirituais; dons espirituais dão direção no uso de coisas materiais.

Todos têm livre e abundantemente recebido dons da graça de Deus (sejam dons da criação, dons naturais, ou dons da redenção, dons espirituais) e todos devem usar fielmente desses dons em acordo com a intenção do Doador: servir aos outros e glorificar a Deus (I Ped. 4:7-11).

V. NÓS SOMOS MORDOMOS DAS COISAS MATERIAIS

Em Lucas 12:42-48 o Senhor põe tudo o que ele tem nas mãos do seu mordomo e manda que ele dê aos da sua casa “a tempo a ração”. A razão de

dar ao mordomo a responsabilidade pelas coisas materiais é dar ao mordomo condições de atender às necessidades dos membros da casa do senhor de acordo com a intenção e propósito do dono.

Assim, nós também devemos contribuir para atender às necessidades humanas e cumprir os propósitos de Deus neste mundo.

Dar em acordo com a intenção e propósito de Deus está no coração da responsabilidade do mordomo. Deus é o doador, bom provedor, misericordioso, generoso. Os mordomos de Deus devem seguir o exemplo do Senhor e dar generosamente também.

O mordomo cristão, portanto, procurará conscientemente respostas a estas indagações: quanto é que devo gastar em alimentação, roupa, casa, lazer, educação, etc. Quanto é que devo poupar para emergências, compras futuras, aposentadoria? E quanto é que devo dar através da minha igreja?

Somos responsáveis diante de Deus pela maneira como usamos as coisas dele. O mordomo da parábola em estudo é responsável diante do mestre pela maneira como usa os recursos do mestre. Se o mestre voltar e o achar fiel, confiará mais a ele. Se o mordomo for achado infiel, será severamente punido.

O mesmo princípio é encontrado em outras parábolas do nosso Senhor, como na parábola dos talentos (Mat. 25:24-30) e a dos dez servos (Lucas 19:11-30).

CONCLUSÃO

Somos mordomos de Deus, não porque escolhemos sê-lo, mas porque Deus nos fez mordomos quando nos resgatou por sua graça. Deus é Criador de tudo e nos tem dado essa responsabilidade. Somos responsáveis diante dele por tudo o que ele tem colocado em nossas mãos. Nossa conduta deve refletir nosso compromisso com a mordomia fiel.

Cristo é o Senhor! De fato, Ele é o Senhor. Não fomos nós que o fizemos Senhor. Podemos aceitar ou rejeitar o seu senhorio. Mas “Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2:36).

A parábola de Jesus (Lucas 12:42) nos adverte que devemos reconhecer a Deus como criador e Cristo como Senhor. Ele nos chama para um compromisso como seus fiéis mordomos.

Talmage Williams
Convenção Batista do Estado de Carolina do Norte



Publicado por Pastor Claybom, pai apaixonado, nerd como marca de nascimento, geek por paixão, adorador por excelência. Enfim, um servo de Deus que tenta entender tudo o que Ele nos oferece no dia a dia.



Um Comentário para “O Significado da Mordomia Cristã”

  1. antonildo Lima Santos disse:

    Deus nos criou e pois para que domine sobre todas as coisas e como mordomos temos o dever de cuidar bem das coisas do nosso SENHOR, o que também inclui preservar o meio ambiente.

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